sábado, agosto 25, 2007

Bravos colegas

Paulo Renato Pinto Porto*

O jornalista é um ser privilegiado entre os outros trabalhadores, pelo fato de que possui uma tribuna que lhe permite verbalizar suas inquietações em relação ao mundo e a comunidade em que vive. Quando não tem um espaço para escrever um artigo, o repórter pode bem expressar sua visão de mundo em simples matérias factuais de suas reportagens.

Um jornalista de visão esquerdista jamais escreverá que a ocupação de área num latifúndio improdutivo pelos sem-terra foi uma invasão. Da mesma forma que tratará o MST como um movimento social, não como uma organização criminosa.

Igualmente, a invasão do Iraque pelos EUA será sempre uma invasão criminosa, se considerada pela visão de uma pena antiimperialista. Note-se bem a lapidar diferença entre os verbos (ocupação e invasão) que embutem conceitos e diferentes visões de sociedade.

Não existe jornalista isento, como não há também jornal isento. Como os jornalistas, os jornais correspondem cada qual uma linha editorial diversa, a uma visão diferente de mundo e do fato social. Cabe ao leitor-cidadão a capacidade de discernir na hora de escolher.

Esses, entre outros assuntos, me ocorreram quando da reunião da Associação de Imprensa Campista (AIC), no último sábado, quando tive a oportunidade de rever velhos e nem tão velhos colegas. Foi gratificante constatar que ainda há vida inteligente entre nós.

Gostei da oxigenação do debate, que mescla a experiência de um bravo de outras lutas como Orávio de Campos e o apoio entusiástico dos mais jovens, que com o ímpeto próprio podem fazer da AIC uma entidade um fórum de debates e de inserção nas causas da comunidade.

Falou-se de política e de políticas, de diretrizes para que a entidade se mantenha com a devida dignidade (sem depender do poder público!), da necessidade do aprimoramento profissional, além da responsabilidade social de uma respeitável entidade, que deve se inserir nas lutas comunitárias e discutir os temas contemporâneos para que a nossa profissão possamos melhorar a nós mesmos, a partir daí, tentarmos melhorar a sociedade em nossa utopia possível. Da necessidade de assumir-se enquanto grupo social que tem como princípio básico voltar-se para a defesa das liberdades, dos mais fracos e oprimidos, na busca da justiça social.

*Jornalista

Artigo publicado originalmente pelo jornal O Diario, edição do dia 23.08.2007
Link: http://www.odiarionf.com.br/index.html?data_edicao=23-08-2007&tipo=buscar_edicao

segunda-feira, agosto 20, 2007

Alguém de olho

Na condição de delegado do Sindicato Estadual dos Jornalistas, o coleguinha Adelfran Lacerda enviará ao Cefet-Campos documento onde questiona o edital divulgado para preenchimento de vagas na Uned-Guarus. Há uma vaga para jornalista, mas com previsão de carga horária semanal de 40 horas, contrariando a regulamentação da profissão — que prevê 25 horas semanais.